terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Capítulo 3 "Colegas de Apartamento" Final




I'm coming out of my cage
And I've been doing just fine
Gotta gotta be down
Because I want it all

Tocava Mr. Brightside no meu tocador de mp3 naquela semana. Eu sentia que algo podeira acontecer. Algo novo. Por algum motivo eu escutava essa musica repetidamente durante a semana que se seguiu em Santa Clara. A música fala sobre um sentimento de ciúmes do amor recém descoberto.  Estaria eu começando a olhar com outros olhos para o Gregório?

Peggy tem a mania incrível de tentar colocar a gente junto no mesmo cenário. Na segunda feira, um cano do Peggy's estourou. Eu e o Greg fomos obrigados a bancar os bombeiros hidráulicos. E foi essa a primeira vez que o vi sem camisa... Sou moço tímido e acredito no amor.  Tenho certeza que vou acabar sozinho. Ele digamos é bem... Legal... Alguém que trabalha na segurança e tudo mais...

Nos dias seguintes minha rotina em Santa Clara começou a se definir. De manhã exercícios (principalmente depois de ver o Greg sem camisa), depois almoço, Geralmente o lanche de microondas do Peggy's. Durante a tarde: Pesquisa. de duas a quatro horas sentado na biblioteca de Santa Clara, lendo de tudo. A princípio, jornais, uma tentativa desesperada de achar algum incidente trágico ou mistério não solucionado, escrever outro romance de mistério como o Violeta seria maravilhoso. Isso se eu tivesse alguma inspiração. Depois parti para romances históricos, jornais da época da fundação da cidade, mas nenhuma ideia me surgia. A cada novo nuance de uma nova narrativa, eu visualizava também uma crítica do tipo "inferior ao Violeta" ou "Tentativa frustrada de alcançar um novo sucesso". No Final do dia eu só pensava em voltar para casa e desfrutar a banheira. 

Greg sempre estava sozinho, trancado no seu quarto, ou ainda estava fora. Provavelmente vendo o jogo na TV do Peggy's. Curiosamente eu só conseguia dormir quando escutava a porta do quarto dele bater. Nós conversávamos pouco, de fato, Eram conversas do tipo: "Será que hoje chove?" ou "O leite está acabando, se importa de comprar mais uma caixa?". 

Mesmo nesses diálogos curtos e simples eu nunca senti nenhum tipo de indiferença da parte do Greg. Muito pelo contrário. Ele sempre sorria, ele sempre parecia querer puxar um assunto, mas o que lhe faltava para isso? Coragem? Tempo?

― Hoje eu vou fazer um turno a menos, vou ter tempo de lavar a louça. Me desculpa ter feito você lava-la durante quase uma semana. ― Ele disse afinal na primeira sexta feira em que moramos juntos. 
― Tudo bem, eu gosto de lavar louça, me acalma. ― Olhei para a louça que ele tinha acabado de lavar. Vou ter que lavar tudo de novo.
― Á partir de hoje não faço mais o turno da noite. Vou poder cuidar mais daqui.

Respondi com um sorriso. 

Ele saiu.

Hora de invadir. Fazia milênios, que eu não pesquisava a vida de uma pessoa. Olhei os CD's (nada que eu amasse de paixão, muita coisa que eu escutava, mas nenhuma das minhas bandas favoritas), Livros (Puta que pariu, ele tinha uma cópia do Violeta, por sorte reparei que o livro nunca tinha sido lido. No mais, só a boa e velha literatura fantástica e de ficção que eu me julgo burro demais para escrever).
― Stalker! ― tive uma pequena parada cardíaca.

Peggy estava na entrada da sala segurando uma vassoura numa mão e na outra um litro de vodka. 

― Na verdade eu só queria encontrar algum assunto pra falar com ele.
― Que tal fazer isso enquanto me ajuda com a faxina?

Cada um com um pano na mão, fomos tirando limpado a sala:
― Eu me sinto mau de não conhecer o Greg, odeio essa sensação de morar com uma pessoa estranha. Ainda mais depois de conhecer a história dele. ― Tirei todos os CD's do suporte. ― Peggy eu morei com estranhos minha vida toda. Até quando morava com meus pais.
― Conta essa história direito.
― Bom, como posso dizer isso: Meu irmão era uma criança mimada, cresceu e virou um babaca, meus pais se esforçam para ser legal, mas na cabeça deles eu sou a ovelha negra da família porque não sou engenheiro que nem o papai nem médico cardiologista como a mamãe. Eles pagaram minha faculdade de jornalismo esperando que eu me tornasse âncora de um telejornal ou repórter de tevê, mas eu odeio pensar em trabalhar em uma emissora, Então todas as vezes que eu converso com meus pais é a mesma coisa "já arrumou um emprego?", "Arruma essa cara senão nenhuma emissora vai te contratar!", "Seu pai conhece um cara que conhece um cara que pode te arrumar uma posição".
― Nepotismo, UHUL!
― Ai quando eu fiz 18 anos eu dei no pé de casa, meus pais pagavam minha faculdade, meu aluguel, minhas contas, mas minha bebida eu mesmo pagava fazendo trabalho dos outros. Desde então eu morei com até 8 estranhos numa república. Eu digo, eu quero morar com alguém que eu conheça.
―  Eu tenho a solução. Na verdade, Uma dúzia de soluções. Espera aqui.

Peggy saiu, demorou uns 15 minutos e voltou com duas caixinhas de Stella Artois, minha cerveja preferida, Provavelmente a do Greg também:
―  Coloca essa merda pra gelar, a hora que ele tiver trancado no quarto, bate na porta e oferece uma. Não conheço nenhuma história de amizade que começa com uma salada. E Menos ainda uma história de Amor.
― História de amor?
― Admita, você tá gamado nele.

Fiquei quieto, naquela manhã... Durante a tarde... até a noite chegar. Eu não estou gamado nele, eu só quero fazer amizade com ele, só quero conversar com ele. Lógico que ele é um rapaz bonito, mas eu quero entender a dinâmica dele e ter uma convivência sadia com ele. Só isso...

― Só isso...
Sentado na cadeira da escrivaninha do meu quarto, revirando umas anotações, soltei minhas primeiras palavras desde aquela manhã. Escutei a porta batendo, o chuveiro, depois os passos na escada e por ultimo a porta do quarto se fechando.

―  É a hora da verdade.
Desci na cozinha, bebi uma das cervejas (11 faltando), Revisei meus rascunhos, tudo lixo, joguei no lixo do banheiro mesmo, passei na frente do quarto do Greg, musica baixinha saindo da porta. Ergui a mão para bater na porta. Faltou coragem. Desci na cozinha e peguei outra cerveja (10 sobreviventes). Bebi como se fosse água no sofá da sala. Tentei entender o sentido do meu nervosismo e só encontrei uma resposta. Ou eu estava muito bêbado (2 cervejas, não né) ou Peggy tinha razão. Peguei uma terceira cerveja e bebi lentamente, fui até meu quarto. No relógio 22 horas, e ainda tinha música no quarto do Greg.


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Pessoal, muito obrigado por lerem essa historinha que eu to contando,
Quem tá caindo aqui de para-quedas por causa da novelinha Violetta deixa um comentário dizendo quem é melhor =P (Brinks, por favor não faça isso)
Quem tá vindo aqui do blog do Sick, meu eu e a Alice já estamos bolando um Crossover 
Desculpem pela demora em postar, trabalhar 3 turnos é F-O-D-A.
Desculpem pela falta de fotos. Vou ilustrar mais os capítulos futuros, prometo.
E Obrigado por quem realmente lê isso aqui.

See Yaa

Um comentário:

  1. Pronto, finalmente li com calma. FINALMENTE
    Bom, primeiramente, eu tenho que afirmar mais uma vez: Você narra muito bem, Jorge. Fica divertido, adorei o que fez com as cervejas ali no final. IUHAIHA Ótimo.
    Téo... Criatura fofa. O fato dele ser assim só me faz ter mais vontade de ver ele caindo no fight com o Greg logo, por favor.
    Eu amo a Peggy, tipo "Conta essa história direito" HUIHAIUHA Ela tem uma boa personalidade, na verdade eu acho que me identifico, quero esse crossover mesmo!
    E puts, como é triste pensar que as pessoas vão julgar algo novo que você faz como uma tentativa de novo sucesso. É complicado
    Beijo baby

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