Uma coisa sobre a carência sentimental crônica: Você não
pode receber um pouco de atenção, que passa a ser um viciado nela. Você quer
cada vez mais atenção, carinho, demonstrações de afeto. Isso chega a ser
assustador. Eu me lembro de quando tive
meu primeiro caso de uma noite. Ele gozou, eu não. Segurei a mão dele como se
não quisesse que ele fosse embora, mesmo tendo sido uma péssima noite. Ele se
foi, mas ele gostou e me deu o telefone. Pelo menos tive a sabedoria de não
entregar o meu a ele. Nunca mais nos
vimos. Eu deveria odiá-lo, mas acabei superando.
Sou uma pessoa carente e eternamente excitada. Em 90% dos
casos isso ferra com a minha vida. Meus últimos casos longos (como eu os chamo)
duraram aproximadamente duas a três semanas. Envolviam primeiros encontros,
junto com primeiros beijos e primeiras noites acontecendo em um espaço de dias,
às vezes, horas. Eu realmente tenho
mania de apressar as coisas e por muitas vezes isso é o que acaba estragando
tudo. Eu crio demônios que só existem na minha cabeça, coloco barreiras e ainda
por cima, faço tudo que não deveria fazer. Talvez seja isso que me atrapalhou
tanto.
Quando paro pra pensar só tive dois casos que ultrapassaram
a barreira do primeiro mês. Aí sim eu começo a chamar de namoro. Os dois eu já
contei aqui. Mas...ambos foram tão diferentes que seria covardia compará-los.
Com o Gio as coisas aconteciam muito depressa. Com o Greg tudo acontecia com
preparação e aos poucos, sempre um passo de cada vez.
No dia seguinte a nossa primeira noite no terraço do
Skykeeper, Greg tinha que fazer a ronda na cidade. Então eu aproveitei para
contar nossa noite para a Peggy:
―Vocês treparam no terraço do Skykeeper? Ok. Muita inveja de
vocês. Você não sabe como é concorrido aquele restaurante? É o lugar mais bem frequentado
da cidade!
―Não é pra tanto vai. A vista era bacana, eu fiquei com
muito frio. E ele disse que me ama.
― Oi?
― Ele disse que me ama.
― E você?
―Dei pra ele.
Peggy estava de boca aberta. Eu me sentia uma pessoa vazia e
malvada. Como se eu tivesse usando o Greg, mas no final ela deu de ombros e
sentou numa cadeira cruzando as pernas e acendendo um cigarro:
― Você o ama, Téo? Eu prometo que não vou julgar.
― Não sei se eu o amo. O que eu sei é que eu gosto de passar
o tempo com ele, sinto falta dele e às vezes me pego pensando nele bastante.
―Isso é meio que amor.
―Eu não sei. Ele disse isso, mas durante o jantar ele
parecia tão distante. E aí quando estávamos no terraço ele me disse “Eu não sei
ser íntimo de alguém quando estou em público”. Eu não quero ser um daqueles
caras que posam de melhor amigo ao lado do namorado.
― E você disse isso pra ele?
― Claro que não. Não o quero entrando em parafuso e nem
desconfortável. Imagina. É que Peggy, quando eu fico com alguém eu quero essa
pessoa por completo sabe. Ele não me deixou sequer pegar na mão dele no
restaurante.
― É o jeito dele.
― Mas...
Eu me lembrei de uma história que havia acontecido mais ou
menos quando eu completei meu primeiro mês de namoro com o Giordano.
Estávamos nós dois em Curitiba. Em pleno inverno. Eu sabia da fama da cidade ser gelada, mas eu não sabia que ela era tão gelada assim. Eu tinha levado apenas uma camiseta de flanela de manga longa. Era um daqueles simpósios da faculdade, escapamos das palestras e fomos dar uma volta pelo jardim botânico de Curitiba. Deveria estar menos de dez graus. Por mais que andasse eu não me aquecia, então Gio me abraçou me levou até um café e me comprou um cappuccino. Nós nos sentamos em um banco onde ele me fez colocar as pernas em seu colo. Enquanto dividíamos o cappuccino ele nos enrolou em seu cachecol e me deu seu gorro. A cena estava bem fofa até que ele avistou um casal de idosos nos encarando. Eu só me lembro dele virando pra velhinha e dizendo “Sim, ele é meu homem e ele ainda tem ereção”. Ela se benzeu e saiu rápido de lá. Eu apenas dava risada. Acho que no fundo o que eu queria do Gregório é que ele realmente se entregasse de uma forma aberta. Que ele mandasse o mundo à merda. Eu sei que pessoas são diferentes. Possuem dinâmicas diferentes, mas como eu faço? Eu sou tão ruim assim? Acho que no fundo eu sou.
Estávamos nós dois em Curitiba. Em pleno inverno. Eu sabia da fama da cidade ser gelada, mas eu não sabia que ela era tão gelada assim. Eu tinha levado apenas uma camiseta de flanela de manga longa. Era um daqueles simpósios da faculdade, escapamos das palestras e fomos dar uma volta pelo jardim botânico de Curitiba. Deveria estar menos de dez graus. Por mais que andasse eu não me aquecia, então Gio me abraçou me levou até um café e me comprou um cappuccino. Nós nos sentamos em um banco onde ele me fez colocar as pernas em seu colo. Enquanto dividíamos o cappuccino ele nos enrolou em seu cachecol e me deu seu gorro. A cena estava bem fofa até que ele avistou um casal de idosos nos encarando. Eu só me lembro dele virando pra velhinha e dizendo “Sim, ele é meu homem e ele ainda tem ereção”. Ela se benzeu e saiu rápido de lá. Eu apenas dava risada. Acho que no fundo o que eu queria do Gregório é que ele realmente se entregasse de uma forma aberta. Que ele mandasse o mundo à merda. Eu sei que pessoas são diferentes. Possuem dinâmicas diferentes, mas como eu faço? Eu sou tão ruim assim? Acho que no fundo eu sou.
― Você tem razão Peggy, é o jeito dele. Ele é tímido e
reservado, eu deveria parar de cobrar demonstrações públicas de afeto.
― Então acho que você não tem do que se preocupar.
Peggy tinha razão, pra variar. De certa forma eu estava
projetando o Gio sobre o Greg, isso não era certo. Desde o momento em que
comecei a comparar Greg ao Gio eu tenho me frustrado. É melhor deixar isso de
lado. Enterrar o Gio seja lá onde ele estiver e viver o Greg.
― Bom, me deixa ir, prometi ao Greg que estaria em casa na
hora do almoço pra ajuda-lo a trocar o pé da geladeira.
― Sei... Aposto que você vai ajudar ele a trocar outra coisa
depois.
― Meu, para de ser tão obscena! ―Ela ergueu uma sobrancelha
― É logico que eu vou ajudar ele a trocar várias outras coisas depois.
― Em três... dois... um... ― Greg dava as ordens e eu
ajudava a erguer o eletrodoméstico.
― Deus do céu, você não pode comprar uma geladeira nova que
não use pezinhos?
― Poder eu posso, mas só vou quando essa aqui gelar sua
ultima cerveja.
― Então rosqueia essa meleca rápido que a geladeira está
escorregando...
Tarde demais. A porta se abriu, uma das prateleiras
escorregou derramando toda a sorte de comidas e bebidas no chão. Greg foi atingido
pela garrafa de água ficando todo ensopado. Eu só tive tempo de colocar a
geladeira novamente no lugar e esticar um guardanapo para ele.
― Pelo menos hoje está bem quente. Vou ter que tomar um
banho antes de voltar para o trabalho.
― Vai lá. Eu vou dar um jeito nessa bagunça.
Ele me deu um selinho e correu para o banheiro. Eu comecei a
juntar os cacos. Dentro de casa ele era sempre assim: fofo, gentil e doce.
Estávamos juntos a mais ou menos um mês e quinze dias. E já somos um casal.
Ele voltou com o uniforme trocado e cabelo molhado, mesmo
sorriso. Como eu poderia duvidar desse homem tão honesto e bom comigo? Eu sou
um monstro. Ok, menos drama, mais ação. Acho que vou preparar alguma coisa para
hoje, só pra mostrar o quanto sou grato por tudo que ele fez por mim.
As horas passaram e eu fiquei olhando o ponto de inserção no
editor de texto sem conseguir escrever nada de útil. Quando olhei já eram mais
de sete da noite e Greg tinha acabado de bater a porta da frente. Cansado
demais pra sair e eu frustrado demais pra cozinhar.
Vamos fazer isso outro dia. Bom eu preciso ir à cidade.
Minhas roupas íntimas que vieram comigo para Santa Clara já estavam bem usadas.
E se eu olhar as do Greg. Bem... Não estavam em melhor situação. Ele também
precisa de meias. E pelo menos uma camiseta básica nova. Quem será que cuidava
disso antes? Será que era a Peggy? Bom, melhor não pensar. Fazer compras com a
Vespa é terrível. Fui de ônibus até a cidade nova. Na volta ele atrasou.
Cheguei em casa e já estava escuro, Greg estava vendo televisão. E eu morto.
Nesse ritmo o mês seguinte passou. Era raro fazermos algo
doméstico juntos. Como pagar contas ou irmos ao mercado. Eu sempre fazia algo
assim enquanto ele estava no trabalho. Geralmente na volta da biblioteca ou do
parque. Eu já estava em Santa Clara há quase três meses e nada de uma nova
história. Nada de inspiração.
O tempo passava. Eu já estava com vergonha de abrir meu
e-mail antigo e encontrar pelo menos uma centena de mensagens desesperadas do
Sidney perguntado do novo livro. A essa altura a editora já deve ter desistido.
Cancelado o contrato. Era questão de tempo até me localizarem e a editora me
fazer pagar alguma multa por quebra de contrato. Eu provavelmente teria que
vender o apartamento que comprei com a primeira edição do Violeta. Não era
grande coisa. Mas eu poderia viver aqui com o Greg.
Eu tenho que ajudar o Greg de verdade. Pegar alguns
trabalhos de faculdade para corrigir não é má ideia. Isso serviu pra que eu
enrolasse por mais um mês. Pelo menos deu pra pagar o aluguel do quarto. Mas se
eu fosse mudar minha vida para Santa Clara de vez, só isso não bastaria.
Eu já estava entrando no quinto mês em Santa Clara. Greg e
eu estávamos bem. Era uma lua de mel. Mas ele estava preocupado comigo. Eu
praticamente não saia de casa, quando saía, ia para a biblioteca e voltava
cheio de livros. Eu lia até três romances por semana, mas sem inspiração. Até
em um dia, meus dedos tamborilavam sobre o teclado. Greg colocou suas mãos
sobre as minhas e disse “Chega, vamos sair”. Ele estava certo. Eu o beijei e
seguimos para um parque próximo da cidade velha.
O dia estava realmente quente. Greg estava de regata, mas
como eu sou um idiota, sai de casa com jeans e camiseta escura. O Parque estava lotado de pessoas, casais com
filhos, crianças com cães. Alguns adolescentes bebiam vodca disfarçada em uma
garrafa de refrigerante. Um outro casal se beijava no meio das árvores. Eu só
queria um banco sossegado pra fugir do calor.
Havia uma clareira no final do parque com um banco bem reservado,
eu apontei para ele e disse que me sentaria lá. Greg se sentou ao meu lado. Não
exatamente ao meu lado, Ele se sentou no extremo oposto do banco. Pelo menos
duas pessoas poderiam sentar entre a gente.
Ele se sentou de pernas aberta e cabeça baixa. Eu abri os braços e
estiquei uma das pernas sobre o lugar vago. Eu preferia que fosse sobre o colo
dele. Mas... Tudo bem... Vamos respeitar os modos dele:
―Você está bem?
―Só estou com um pouco de calor agora.
―Não... Eu estou falando do seu livro.
―Se é por isso... Eu não estou bem.
Eu contei ao Greg tudo que me fez fugir pra Santa Clara.
Contei do sucesso do meu livro, contei pra ele que meu agente literário vendeu
um segundo livro pra editora e que eu não estava conseguindo nem pensar em um
enredo para esse livro. Contei que provavelmente eu teria que pagar uma multa
imensa, perderia a minha casa, perderia minha credibilidade com as editoras e
que caso conseguisse escrever outro livro um dia, ele não seria publicado.
Quando eu terminei de contar, eu estava quase chorando. Eu esperava um abraço,
uma mão no ombro, alguma palavra de conforto, mas ao invés disso ele continuou
imóvel, olhando para o chão. E quando ele percebeu que eu tinha terminado de
falar, apenas disse:
― Você vai superar. Eu sei que vai.
― Tomara. ― Acho que disfarcei o descontentamento com a
reação dele. Porque não houve nenhuma mudança na atitude.
Eu apenas me encostei no banco aproveitando uma brisa fresca
que fazia o suor evaporar da minha camiseta. Aquele era o jeito do Greg,
afinal. Um amor em casa, um romântico na cama e um cara completamente distante
quando estava em público. Ele estava
sentado a exatos dois lugares. Nem sequer olhava pra mim. Eu estava odiando
essa situação, mas estava calor demais pra sair dali. Vi um carrinho de sorvete
mais adiante. Reparei que ele olhou para o carrinho. Tentei uma cartada de
reclamar do calor só para ver se eu conseguia fazer ele dividir um sorvete.
Tudo que ele fez foi concordar comigo.
Eu já estava cansado dessa situação. Estava decidido a ir embora,
torrar minhas ultimas economias em um ar-condicionado e ficar no quarto olhando
pra tela do computador. Quando eu
reparei em um Guarda Civil se aproximando do nosso banco com um sorriso largo.
Ele deveria ter idade pra ser meu pai. Provavelmente era um dos colegas do
Gregório:
― Aproveitando a folga não é Jefferson?
― Sim senhor. Fugindo um pouco do calor que está fazendo.
Greg se levantou e aquele senhor lhe deu um aperto de mão e
um tapinha no ombro. Por instinto eu
também me levante e esperei por alguns segundos até ser apresentado.
―Comandante esse é meu… primo, Theodoro. Ele é um escritor e
está pegando inspiração em Santa Clara para um romance.
―Não me diga. E você escreve o que rapaz?
―Eu tenho um romance policial publicado pela Martins &
Souza Afonso chamado Violeta. Atualmente estou trabalhando no meu segundo
livro.
― Meu deus, mas tão moço! Se me permite a indiscrição… Qual
é a sua idade?
― Faço 25 no próximo mês.
― Sua família está fervendo com jovens promissores Gregório,
eu quero que saiba que estou pensando seriamente em te nomear como responsável
por toda a área da cidade velha, não temos muitos problemas nessa região e blá
blá blá....
Eu realmente parei de escutar quando a conversa se dirigiu
apenas ao Greg. Ele me chamou de primo. Se ele tivesse dito que eu era um amigo
dele, um turista, ou qualquer coisa. Mas primo! Primo é foda. Eu não escutava nada, não via nada... Eu
canalizava minha raiva em um sorriso falso nos lábios. “Sim, ele é meu homem e
ele ainda tem ereção”... “Comandante esse é meu… primo”... O frio de Curitiba e
o calor de Santa Clara iriam se transformar em uma tempestade na minha cabeça a
qualquer momento. Com direito a destelhar várias casas e ainda por cima alagar
várias avenidas importantes. Eu não conseguia respirar direito, minha visão
estava trêmula. “Vou comprar um Cappuccino pra ver se você esquenta. Será que
eles fazem com conhaque?”... “É está quente mesmo”... “Coloca suas pernas aqui
pra ver se você se esquenta”...
―Foi um prazer te conhecer rapaz. ― Uma mão grande estava
esticada em minha direção, me fazendo despertar.
―Igualmente, Comandante.
―Por favor, me chame de Fúlvio.
―Igualmente, Fúlvio.
―Como se chama seu livro mesmo? Eu gosto muito de romances
policiais.
― Violeta. Eu devo ter uma cópia comigo. Eu lhe dou uma com
o maior prazer. O primo pode entrega-la para o senhor.
―Eu ficarei muito grato. Mas faço questão de comprar uma
cópia.
―E eu ficarei muito feliz em dedica-la ao senhor.
―Por favor, me chame de “você”.
O senhor simpático virou as costas e eu fiquei de pé.
Fazendo cara de paisagem até que ele sumisse da minha vista.
Meu sorriso desapareceu. Meu suor gelou. O ar dos meus
pulmões estava quente como fogo e eu o expeli pelas narinas como se fosse um
dragão que tinha acabado de acordar e estava preparado pra destruir algumas
vilas. Sem dizer nenhuma palavra eu comecei a caminhar rápido sem direção, até
a saída do parque. Eu não queria chorar, eu não podia chorar. Eu não poderia
dar escândalo, eu não queria dar escândalo. Caminhava levemente mais rápido do
que de costume, olhando para o chão e eventualmente para os lados. Greg me
seguia, acho que ele se tocou que se por acaso tentasse falar comigo eu não
responderia, se tentasse me segurar eu escaparia, se ele tentasse andar mais
rápido eu correria. Então para manter as aparências ele apenas me seguiu.
Quando chegamos em casa eu não aguentei. Queria apenas me
trancar no meu quarto. Mas dentro das paredes da nossa casa, Greg estava livre
para correr. Ele me alcançou no meio da escadaria. Abraçou-me forte. Eu queria
dar um soco nele. Empurrar ele da escada e com sorte ele iria se quebrar todo e
me deixar em paz. Mas eu apenas canalizei toda a minha raiva em um choro.
Sentei em um degrau da escada, Greg sentou ao meu lado e
colocou uma mão no meu joelho. Eu não tinha forças para nada. Ficamos nessa
posição por quase uma hora até minha cabeça ficar clara o suficiente:
―Primo? Sério Gregório?
―Desculpa, foi o que passou pela minha cabeça.
―Você poderia ter me chamado de mil coisas diferente, mas
primo?
―O Comandante Esteves é um senhor mais velho, ele nunca saiu
daqui e ele é quase como um padrinho meu na corporação. Eu não poderia ter te
apresentado como meu namorado. Ele poderia...
―Primeiro: eu nunca pedi pra você me apresentar como seu
namorado. Você poderia ter me apresentado como colega de apartamento, dizer que
eu alugo um quarto na sua casa, amigo, conhecido, mas primo? Primo é foda,
Greg. Primo é como a gente apresenta o namorado pra professora no colégio. E segundo: o que ele poderia fazer com você?
Você é concursado, competente, fez mais horas extra que qualquer um naquele
lugar.
―Eu sei, mas...
―Greg, eu não estou pedindo pra você sair do armário. Só
estou pedindo pra você não me empurrar pra dentro dele, ok?
―Eu não estou no armário, eu só não gosto de expor minha
vida íntima.
―Então não me transforma no seu primo, porra!
Eu achei que ele iria sumir. Ele estava vermelho e
envergonhado. Estava quase chorando. Eu não aguentei, comecei a chorar junto
com ele e o abracei.
―Eu não quero que você divida nada comigo no parque, ou que
andemos de mãos dadas na rua. Eu só quero que quando estiver junto, pelo menos
na sua cabeça, eu seja o seu homem.
Enxuguei uma lágrima dele. E ele me beijou.